Considerada pela ONU a sétima cidade mais violenta do mundo e a segunda do Brasil, Fortaleza concentrou, em 2013, 77% dos homicídios de todo o estado do Ceará. No capítulo 9 do e-book Fortaleza: transformações na ordem urbana, os autores Fabiano Lucas Freitas e Maria Célia Lustosa Costa analisaram a relação entre os crimes contra a vida e os fatores socioeconômicos dos municípios que integram a Região Metropolitana.
Os autores destacam que cidades com maior injustiça na oferta habitacional e serviços básicos registram aumento expressivo no número de homicídios. Eles ressaltaram, ainda, que os assassinatos se distribuem de forma desigual nas regiões metropolitanas. Os moradores de áreas mais ricas são vítimas do maior número de roubos e furtos, enquanto os crimes contra a vida atingem em maior número a população pobre.
A principal hipótese levantada pelos autores para situação da Região Metropolitana de Fortaleza é a de que o maior número de vítimas de homicídios residia em áreas de concentração de segmentos populacionais em situação de vulnerabilidade econômica.
Ao analisarem os dados dos censos de 2000 e 2010, do Sistema de Informação de Mortalidade (SIM/Datasus) e da Célula de Vigilância Epidemiológica (Cevepi), os autores observaram que as taxas de crimes contra a vida mais críticas da Região Metropolitana de Fortaleza foram registradas em áreas com população com menor renda per capita, baixos níveis de instrução e altos índices de mulheres com filhos chefiando as famílias. “Em outras palavras, as maiores taxas de homicídios ocorrem onde há superposição de carências, atingindo desde o acesso à educação, saúde e emprego”, destacaram.
Acesse na íntegra o capítulo 10 “Desigualdade socioecômica e espacialização dos homicídios na Região Metropolitana de Fortaleza”, de Fabiano Lucas Freitas e Maria Clélia Lustosa Costa, contido no e-book Fortaleza: transformações na ordem urbana.